Mostrando itens relacionados a Mensagem do Diretor 2019-21


Mário César Martins de Carvalho, Diretor 2019-21 do Rotary International
Mário César Martins de Carvalho, Diretor 2019-21 do Rotary International

O Instituto Rotary da Imagem Pública (parte 1)

Não quis esperar a próxima edição para relatar os eventos do recém-concluído Instituto Rotary em Brasília, encerrado em 9 de setembro. Mas, entre vários comentários, o que melhor o resumiu foi o título: o da Imagem Pública.

Denise e eu, Luiz Gustavo e Patrícia queríamos um Instituto com um ambiente de Assembleia Internacional de San Diego: denso em conteúdo, leve no formato. Instrutivo, porém divertido. Pesado nas palestras, mas intenso nas celebrações. O comitê organizador do distrito 4530 encampou o conceito de imediato.

Antes de tudo, as melhorias para Salvador. No próximo ano, teremos o catálogo distribuído no Seminário de Treinamento de Governadores Eleitos (Gets), antes do Instituto. E os jovens terão espaço de uma hora de sessão plenária, incluindo Rotaract, Interact, programa de Intercâmbio e bolsistas. Eles nos ajudarão a definir o conteúdo das apresentações.

Agora, de volta a Brasília. Primeiro tivemos um Gets com a noite de hospitalidade, inspirado na Convenção Internacional. Nele, dez casais de rotarianos brasilienses recepcionaram os 31 governadores eleitos em suas casas, aproximando as lideranças brasileiras dos rotarianos da capital federal. Detalhe: o treinamento dos representantes distritais do Rotaract (RDR) aconteceu simultaneamente, inclusive com sessões conjuntas.

No dia 4 de setembro, o seminário conjunto dos eleitos e indicados, com cônjuges e rotaractianos, integrando a Família Rotária de fato, somando 184 participantes. Palestras com juventude, planejamento estratégico e inovação em Rotary, tema desenvolvido pelo chefe de planejamento estratégico mundial, Tom Thorfinnson.

Ao mesmo tempo, em São Paulo, o presidente do Rotary, Mark Maloney, e eu participávamos de reunião com o prefeito da capital, Bruno Covas, para iniciar uma parceria estratégica com a cidade. Logo após, a visita ao Colégio Rio Branco (maior iniciativa de rotarianos na área educacional no Brasil), dirigido pelo ex-governador Nahid Chicani, e um jantar de celebração da visita, com 497 rotarianos e cônjuges. O presidente Mark deu entrevista ao vivo à TV Brasil, para o jornalista Hermano Henning, reforçando os temas focais do Rotary. E vários Major Donors foram reconhecidos, numa noite de captação de 110 mil dólares para a Fundação Rotária.

Em 5 de setembro, o Seminário da Fundação Rotária e da Associação Brasileira da The Rotary Foundation atraiu 295 participantes, evidenciando o interesse pelo tema. Um pouco menos compareceu aos seminários de desenvolvimento do quadro associativo.

A agenda de quinta-feira estava lotada. Simpósio Pró-Paz, destinado aos rotarianos e bolsistas interessados no tema, a Academia Brasileira Rotária de Letras, que reconhece os escritores de temas rotários, treinamento dos RDRs e RDIs (representantes distritais do Interact), treinamento dos Cadres distritais, num ambiente onde mais de 550 rotarianos e jovens trocaram experiências e aprenderam técnicas em várias salas temáticas. E a Feira de Projetos, com a submissão de 155 Subsídios Globais qualificados à procura de parceiros, com 94 rotarianos aprendendo nas oficinas práticas de projetos. Sem esquecer o Seminário de Imagem Pública, afinal este foi o aspecto que mais caracterizou essa etapa do Instituto no Brasil.

Mas o Instituto nem havia começado. Aguardem a próxima edição.

 

Mário César Martins de Carvalho, Diretor 2019-21 do Rotary International
Mário César Martins de Carvalho, Diretor 2019-21 do Rotary International

Apollo 11 e quadro associativo: nada a ver?

Você sabia que Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua, em 20 de julho de 1969, há 50 anos, era associado honorário do Rotary Club de Wapakoneta, no Estado de Ohio? E ele não estava sozinho. Os astronautas Frank Borman, Gordon Cooper e Alan Shephard Jr. também eram rotarianos honorários – respectivamente, dos Rotary Clubs de Houston, Space Center (Houston), no Estado do Texas, e Derry, no Estado de New Hampshire. Portanto, apesar de sonhar com a Lua, os rotarianos sempre mantiveram os pés na Terra…. Bem, nem sempre.

Conseguiríamos realizar essa proeza hoje, em 2019? A tecnologia deu um salto, a capacidade de processamento dos computadores da Apollo 11 caberia num computador médio atual e o conhecimento estelar e planetário foi exponencializado. Mas o que dizer do fator humano e social?

Os jovens engenheiros millennials aceitariam o risco de algum erro e explodir o foguete, como ocorreu com a Apollo 1, em 27 de janeiro de 1967? Confiaríamos nas equipes de trabalho atuais, com aversão ao risco e às gestões autoritárias? Teríamos que montar equipes politicamente corretas? As mídias sociais não implodiriam o projeto diante do primeiro revés? O orçamento bilionário seria aprovado num mundo com tantas necessidades prementes?

Mas o diretor ensandeceu? O que isso tem a ver com o quadro associativo do Rotary?

O fato de que vários astronautas foram rotarianos é apenas sinal do prestígio que a instituição desfrutava junto aos líderes da comunidade. Tratava-se de um bônus colateral. A mensagem é de que, nos últimos 50 anos, a sociedade mudou visceralmente e nós, lideranças, temos que acompanhar essa tendência, agora numa velocidade em escala geométrica, e não mais aritmética.

Se não sintonizarmos a frequência da mudança, não superaremos o desafio de fazer o Rotary crescer, proposto pelo presidente Mark Maloney. No Brasil e na América do Sul, somamos 74 mil rotarianos, contra 81 mil em 2011. Perdemos 10% do quadro associativo – menos do que os EUA e Japão, os quais perderam 20% cada.

Qual a fórmula do crescimento? Explorar os vazios geográficos do Rotary? Temos 3.500 clubes na América do Sul, mas estamos presentes em menos de mil cidades.

Fundar clubes satélites? Há vários casos de sucesso em inúmeros distritos, e parece ser essa uma alternativa à fórmula tradicional de clubes com exigências de frequência e periodicidade de reuniões.

Elevar o Rotaract? Uma injeção de ânimo parece ter tomado conta dos jovens, afinal, eles foram reconhecidos oficialmente como parceiros presentes do Rotary – não sendo mais vistos como um futuro indefinido, o que estimulava a deserção.

Talvez a fórmula seja uma mescla de todos esses caminhos apontados. Como diretor, venho liderando pelo exemplo ao comparecer e confirmar presença em 18 seminários sobre quadro associativo – organizados entre 3 de agosto e 7 de dezembro. Presença inclusive nos cinco distritos brasileiros que, por registrarem entre 1.100 e 1.200 associados, sofrem com a perspectiva de um novo redistritamento. Nossa tarefa, nesse caso, é ajudá-los de forma saudável a superar a marca de 1.300 associados até julho de 2020, evitando, assim, a “degola”.

O que valeu para a Nasa de 1969 que ainda vale para o Rotary de 2019 em nosso continente? O sentido de missão, de trabalho conjunto, de foco nos objetivos, de aceitação dos riscos e de superação dos reveses e do pessimismo. Tais serão nossas diretrizes. Não construiremos foguetes, mas conexões entre as pessoas para continuar nossa missão de fazer o bem para o mundo, para as comunidades e para nós mesmos.

 

Mário César Martins de Carvalho, Diretor 2019-21 do Rotary International
Mário César Martins de Carvalho, Diretor 2019-21 do Rotary International

Os sete (ou oito) verbos da gestão 2019-21

Verbos são palavras que indicam ação, estado ou fenômeno da natureza. Em nossa gestão vamos focar nos movimentos que os verbos sugerem, sair da zona de conforto, encarar novos desafios e trabalhar pela causa.

1. Inspirar-se: recém-saídos da gestão do presidente Barry Rassin, os rotarianos precisam inspirar-se nos benefícios que trazemos para nosso entorno. Quem ouviu a palestrante Loriane Heide na Convenção de Hamburgo, relatando sua história de pobreza rural resgatada pelo programa de intercâmbio patrocinado pelo Rotary para jovens carentes, formando-se em seguida na universidade e tornando-se rotariana em gratidão, tem que acreditar que o que fazemos transforma vidas.

2. Sonhar: os sonhos não pagam impostos (ainda). Como dizia Friedrich Nietzsche, quanto mais nos elevamos, menores nos tornamos aos olhos de quem não sabe voar. Nossa gestão é curta, de apenas um ano. Por que desperdiçá-la com metas medíocres? Tenham objetivos altos, desafiadores, motivadores. Rotarianos de excelência não se conformam em pertencer a clubes medianos, mornos. Fazem o que 150 mil estão fazendo anualmente no mundo do Rotary: vão embora.

3. Conectar-se: agora, na gestão do presidente Mark Maloney, a tônica é conexão. Uma palavra moderna, de mídia social, mas que o Rotary conhece há 114 anos. O que fazia Paul Harris quando se reuniu com três outros em 23 de fevereiro de 1905 senão conectar-se com seu entorno? “A melhor rede social continua sendo olhar nos olhos”: é o que nós, rotarianos, praticamos há um século. Sozinho, você não fará nada. Como presidente, necessitará dos associados. Como governador, precisará dos presidentes. Como diretor, dos governadores.

4. Agir: menos falação, mais ação. Líderes rotarianos gostam da palavra, treinam técnicas de oratória, discursam. Mas nada substitui a ação. “Um grama de ação vale mais do que uma tonelada de teoria”, dizia o filósofo. Somos Pessoas em Ação. Façam projetos, tragam novos companheiros. Vamos fazer valer essa imagem.

5. Falhar: por quê? Não queremos o fracasso, mas assumimos o risco de tê-lo. Há uma frase que diz: “Fracassar não é cair, é permanecer no chão”. Perguntado sobre os “fracassos” nas mil tentativas de inventar o filamento para a lâmpada elétrica, Thomas Edison respondeu: “Já aprendi mil formas de não fazer, vou tentar a milésima primeira”. Persistam. Arch Klumph demorou de 1917 a 1947 para receber as primeiras doações significativas para a Fundação Rotária, o que só aconteceu após a morte de Paul Harris.

6. Corrigir: um professor da Fundação Getúlio Vargas uma vez me disse: “Não seja muito amigo das suas ideias, elas podem emburrecê-lo”. Admitamos o erro, corrijamos as falhas, sejamos mais tolerantes. Paul Harris disse na primeira edição da The National Rotarian, de janeiro de 1911: “A palavra que distingue o rotariano é a tolerância. Principalmente com nossos erros e com os erros alheios”.

7. Apresentar resultados: há uma frase inscrita na parede do 18º andar do edifício sede do Rotary International, na sala onde se reúnem o Conselho Diretor e o Conselho de Curadores da Fundação Rotária: “Qualquer que seja o significado do Rotary para os rotarianos, para o mundo ele será conhecido pelos resultados que apresentar” (a frase não é literalmente assim, mas o espírito é esse). No fim do dia, os resultados falarão por nós. Discursos inspiradores, metas ousadas, ação firme, correção de rumos: nada disso terá significado se não apresentarmos resultados convincentes.

E, por último, um verbo que justifica todo esse trabalho no Rotary: divertir-se. O Rotary é sério, trabalha pelo bem no mundo, mas a recompensa do rotariano é a diversão, o companheirismo, a amizade, a boa conversa, o aprendizado mútuo, a solidariedade. Somos sérios, mas não carrancudos. Isso nos manterá trabalhando em prol das comunidades. Temos, basicamente, três prioridades, sendo o crescimento do quadro associativo a mais difícil e importante. A segunda é aumentar a abrangência da captação e dos projetos da Fundação Rotária e a terceira é a utilização de todas as ferramentas de divulgação de imagem ao nosso alcance: mídia social, impressa, televisiva e sonora. Nenhuma novidade, nada de novo sob o sol.

 

Mário César Martins de Carvalho, Diretor 2019-21 do Rotary International
Mário César Martins de Carvalho, Diretor 2019-21 do Rotary International

Para onde vamos? Essa foi uma pergunta da revista Fortune no ano 2000, abordando o dilema em que o Rotary se encontrava. Haveria perdido a identidade? Representaria ainda a elite econômica dos países? Acompanharia as crescentes mudanças da sociedade de modo a continuar relevante? Essas questões estão sendo respondidas na medida em que o Rotary formulou um plano estratégico com visão, valores e caminhos. Uma mudança que começará a apresentar resultados.

Mas para onde está indo o Rotary no Brasil e na América do Sul espanhola? Estamos do lado do decréscimo do quadro associativo, junto com Estados Unidos, Canadá e Austrália. Perdemos 5.000 associados líquidos no Brasil e 3.000 nos demais vizinhos nos últimos sete anos.

Qual então o projeto de gestão 2019-21 nessa primeira mensagem como diretor?

Temos, basicamente, três prioridades, sendo o crescimento do quadro associativo a mais difícil e importante. A segunda é aumentar a abrangência da captação e dos projetos da Fundação Rotária e a terceira é a utilização de todas as ferramentas de divulgação de imagem ao nosso alcance: mídia social, impressa, televisiva e sonora. Nenhuma novidade, nada de novo sob o sol.

Na primeira vertente, teremos que inovar. A repetição das mesmas fórmulas não tem alcançado resultados diferentes, o que era de se esperar. Teremos que acionar todo o arsenal de inovações, como os clubes satélites, os clubes temáticos, os clubes corporativos e os clubes passaportes. Revisaremos os clubes com menos de 20 associados e atentaremos principalmente para os distritos que têm entre 1.100 e 1.200 associados, alvos de novo redistritamento pelo Rotary.

Convocaremos o Rotaract, que tem 7,5% dos clubes e associados no mundo, comparados com a participação de 4,5% dos rotarianos brasileiros no quadro global. Chamaremos as mulheres para assumir posição de destaque no processo de renovação e dinamismo nos clubes. Contaremos com todos nesse esforço de recolocar o Brasil e a América do Sul no quadro de crescimento. Não temos a pretensão de emular a Índia, que cresceu 56% em dez anos, mas um índice positivo seria alentador.