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Mário César Martins de Carvalho, Diretor 2019-21 do Rotary International
Mário César Martins de Carvalho, Diretor 2019-21 do Rotary International

Duas histórias de inovação

“Inovação é o que distingue um líder de um seguidor.” – Steve Jobs

Reconhecidamente um grupo de líderes, muitos rotarianos relutam em aceitar o inevitável: o mundo de 1905 é muito diferente do mundo de 2020. Clubes ainda relutam em admitir mulheres, reuniões ainda insistem na formalidade e novos desafios são rechaçados por medo da mudança. Graças ao Bom Pai, o Rotary não é mais o mesmo. Se fosse, talvez nem mais existíssemos; nossa presença se dissolveria.

Como líderes, temos que ser os agentes da mudança, não os obstáculos a ela. Trago duas histórias que revelam os novos caminhos, uma referente à Fundação Rotária e outra ao quadro associativo.

Importante conquista


Começo recorrendo a uma frase citada pelo empreendedor norte-americano Scott Belsky: “Quando 99% das pessoas duvidam de uma ideia sua, ou você está totalmente errado ou prestes a fazer história”.

Foi assim quando alguns rotarianos acreditaram ser possível iniciar no Brasil um processo de doação de herança para a Fundação Rotária. Coordenei esse esforço nos últimos três anos, primeiro como curador, em seguida como diretor, até obtermos sucesso. Tratava-se de uma doação da herança de Sonia Fernandes – por sugestão do governador distrital 2006-07 Paulo Eduardo de Barros Fonseca – ao inventariante Fernando Sheldon, que ainda em vida convenceu a doadora sobre a idoneidade da Fundação Rotária. O feito resultará em uma doação milionária depois de um cuidadoso processo que envolveu Steve Routbourg, advogado chefe do Rotary; Eric Schmelling, primeiro executivo da Fundação Rotária; Marcelo Salesi, diretor de negócios da Cyrela; e Beatriz de Almeida Borges, do escritório Mattos Filho.

Foram três anos de negociações envolvendo direito brasileiro e a Fundação Rotária, com todas as limitações do inerente risco envolvendo imóveis. Mas, acima de tudo, havia a certeza de que, tendo êxito, essa operação abriria uma avenida de doações testamentárias para a Fundação Rotária no Brasil. Um veio inexplorado de captação de recursos, a primeira de muitas doações. Se não fosse a sugestão, anos atrás, de Paulo Eduardo a Fernando Sheldon, estes os verdadeiros agentes, os recursos teriam sido destinados a uma fundação para cães e gatos. Com todo o respeito e amor aos bichos, a Fundação Rotária saberá melhor utilizar esses recursos para fazer o bem no mundo.

Clube satélite


No nosso continente, o Rotary tem uma peculiaridade: os cônjuges estão quase sempre muito envolvidos. As associações de senhoras, famílias e cônjuges ou parceiros de rotarianos contam com recursos rotários inexplorados, a exemplo do que ocorria com a Fundação Rotária e as doações de testamento.

Conheço programas sustentados por cônjuges mais abrangentes do que os programas do próprio clube, o que por si só justificaria a condição daqueles como rotarianos. Mas esses parceiros às vezes não desejam se associar, ou, se o querem, são rejeitados pelo clube padrinho, cujos formato de reunião e cultura não interessam a uma nova audiência. O Rotary, contudo, não pode desprezar tais talento – e os novos formatos de clube foram estruturados para acomodar esses rotarianos em potencial. Clubes assim, apesar de não se enquadrarem nos formatos tradicionais, compartilham nossos ideais de servir com integridade, diversidade, companheirismo e liderança.

Lembro aqui uma frase do estrategista e filósofo chinês Sun Tzu: “Concentre-se nos pontos fortes, reconheça as fraquezas, agarre as oportunidades e proteja-se contra as ameaças”. O Rotary na América do Sul tem um ponto forte, os cônjuges, e é chegada a hora de agarrarmos essa oportunidade. A ameaça, a queda do quadro associativo em nossas Zonas 23 e 24, tem neles um antídoto. E eles podem estar dentro de casa, sendo pedra a ser lapidada, energia a ser liberada. Essa pode ser uma outra história de inovação bem-sucedida.

 

    Mário César Martins de Carvalho, Diretor 2019-21 do Rotary International
    Mário César Martins de Carvalho, Diretor 2019-21 do Rotary International

    Balanço do semestre: sucesso ou fracasso?

    “Sucesso é a capacidade de ir de um fracasso a outro sem perder o entusiasmo.” – Winston Churchill, primeiro-ministro britânico

    É inexorável que façamos uma avaliação na metade da jornada. Assim como os presidentes de clube têm que gerar um relatório no meio da gestão, também uso esse espaço para prestar contas às zonas 23 e 24 sobre o trabalho efetuado até dezembro de 2019. Primeiro, o esforço. Depois, o resultado.

    Nos primeiros seis meses, visitamos 20 distritos do Brasil e da Argentina. O compromisso da gestão é visitar todos os 45 até junho de 2021. O tema do discurso permaneceu: o Brasil e o restante da América do Sul precisam expandir seu quadro associativo. Isso envolve representatividade no Conselho Diretor do Rotary International, presença nos comitês (hoje fraquíssima) e queda do nosso poder na organização, cujo patrimônio maior é o número de associados. E explica, parcialmente, a posição ascendente da Índia e da Ásia nas esferas decisórias do Rotary – bem como a diminuição dos nossos ativos na instituição.

    A presença desses encontros variou muito, dos 56 presentes ao seminário do distrito 4720, em Manaus, aos 533 no seminário do 4540, em Ribeirão Preto. No total, quase 4.700 rotarianos presenciaram e participaram desses debates. Uma nota positiva: logo na primeira semana de 2020, compareci aos dois eventos da liderança do Rotaract em nossa região. Primeiro fui à Eraup, reunião de 265 líderes do Rotaract na Argentina, no Uruguai e no Paraguai, realizada em Buenos Aires entre os dias 5 e 7 de janeiro. E, logo em seguida, entre 8 e 10 de janeiro, tive a oportunidade de interagir com 930 líderes do Rotaract no Brasil durante a Conferência Nacional de Rotaract Clubs, em Ouro Preto, Minas Gerais. A juventude está motivada e mostrou um nível de interesse e preparo raros.

    O resultado? Até agora, muito pouco. O esforço concentrado em aumentar o quadro nos clubes existentes assemelha-se a uma porta giratória, ou um balde com furos enormes: a cada rotariano admitido, outro abandona a organização, numa soma zero. Vamos por subzona:

    • 23B (Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Bolívia, Peru e Equador): partimos de 20.952 associados em 1º de julho e alcançamos 21.533 em 15 de novembro. No dia 15 de janeiro, contudo, o contingente passou para 20.819, ficando abaixo do início da gestão. Uma perda líquida de 133 rotarianos no período. A continuar essa tendência, dois distritos desta subzona estarão ameaçados de redistritamento.
    • 24A (Estado de São Paulo): iniciamos o ano com 16.971. Em 15 de novembro, havíamos crescido para 17.360 e, logo em seguida, caímos para 17.224 em 15 de janeiro. Um crescimento líquido de 253 rotarianos.
    • 24B (Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil): começamos com 16.927 e, em novembro, passamos para 17.243. Janeiro derrubou esse número para 17.001. O crescimento líquido, que em novembro era notável, somando então 316 associados, caiu para 74.
    • 23A (Sul do Brasil): teve o melhor desempenho da região. Os 18.069 associados em julho evoluíram para 18.699 em novembro, retrocedendo para 18.610 em janeiro – um crescimento líquido de 541.
    • Na soma das zonas 23 e 24, obtivemos um crescimento líquido de 1%. Parece o crescimento do PIB brasileiro em 2019: insuficiente para nossos desafios.

    • O segredo para crescer? A antiga fórmula de fundar clubes. Enquanto a zona 23B criou nove novos clubes (resultado líquido), a zona 24ª perdeu seis clubes (líquido) e a zona 24B teve um decréscimo de 3 clubes (também líquido).

      Enquanto as conferências distritais não vêm, nosso foco deverá ser o desenvolvimento do quadro associativo. Não deixaremos que os resultados pífios aniquilem nosso entusiasmo. Seguiremos Winston Churchill

       

      Mário César Martins de Carvalho, Diretor 2019-21 do Rotary International
      Mário César Martins de Carvalho, Diretor 2019-21 do Rotary International

      Feliz 2020! Ou 2055?

      “O problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas, e os estúpidos estão cheios de certezas.” – Charles Bukowski, escritor norte-americano

      Carrego comigo toneladas de dúvidas, mesmo assim ousaria especular sobre o que será o Rotary no seu 150º aniversário, daqui a 35 anos. Sobre o seu bicentenário, em 2105, já seria arriscadíssimo qualquer especulação. Diante do aquecimento global, mal sabemos se as cidades costeiras existirão, que dirá o Rotary. De qualquer forma, muita gente arguta já especulou sobre o futuro, fracassando miseravelmente na empreitada – e, mesmo assim, sua reputação sobreviveu intacta.

      Até o aclamado Bill Gates, nosso parceiro na luta contra a pólio, saiu-se com esta pérola: “Ninguém precisará de mais do que 640 KB de memória para um computador pessoal”. A avaliação de Ken Olsen, fundador da Digital Equipment Corporation, numa palestra da Sociedade Mundial do Futuro, em Boston, em 1977, foi pior: “Não há razão nenhuma para um indivíduo ter um computador em casa”.

      1) Seremos mais asiáticos e africanos. Em 2008, os asiáticos eram 25% do Rotary, hoje são 31%, e tal participação continua a aumentar. Enquanto isso, a América Latina imobiliza-se em 8%, ao passo que os EUA perderam 75 mil rotarianos em dez anos. A África, por sua vez, obteve uma zona do Rotary, experimentando forte crescimento.

      2) Seremos mais femininos. Hoje as mulheres respondem por 24% do quadro associativo, enquanto no Brasil representam 28% e, na América do Sul hispânica, 34%. O objetivo global é que 30% do quadro associativo seja constituído por mulheres, o que impulsionará a participação delas no Japão e Índia, duas potências do Rotary com pouco engajamento feminino.

      3) Seremos mais diversos. À medida que o Rotary se expande, embora decrescendo nos EUA, aumenta a participação dos demais países nos quadros de liderança da instituição. A cultura decisória torna-se mais complexa, menos homogênea, mais rica e diversa. Por conta disso, tendências estão sendo analisadas em comitês estratégicos e a regionalização é uma delas. Os problemas enfrentados pelo Rotary nos países em declínio do quadro associativo são opostos aos daqueles em ascensão. Algum tipo de autonomia regional deverá ser desenvolvido para melhor abordar tais panoramas.

      4) Seremos mais jovens. Nossa idade média supera os 55 anos. Assim como dormimos 84 anos até admitirmos o valor das mulheres, temos os jovens ao nosso lado desde 1968 e relutamos em facilitar sua admissão e participação, considerando-os mão de obra barata. Com a elevação do Rotaract e o contínuo foco nos programas dedicados à juventude, o Rotary aplainará o caminho para engajar os mais jovens, os quais, apesar de torcerem o nariz para alguns de nossos enfadonhos protocolos, compartilham com entusiasmo nossos valores e programas.

      5) Seremos mais comunicadores. O Rotary cresceu num mundo de ONGs sem competição, sendo sempre o Cadillac das organizações. Ele nunca se preocupou com a concorrência e desdenhava da publicidade de seus feitos, numa postura tímida incompatível com o mundo atual. “O Rotary não é mais o mesmo”, ouço frequentemente em minhas andanças pelos distritos brasileiros. Ainda bem. Se o fôssemos, provavelmente teríamos perecido, engolidos por ONGs agressivas na promoção de suas causas.

      Tenho pouca esperança de viver até 2055 para comprovar tudo isso. Mas, se a Providência Divina permitir, espero não ter que engolir essas previsões, afinal, não tenho o crédito de Bill Gates e Ken Olsen. Feliz 2020. E, quem sabe, feliz 2055!

       

      Mário César Martins de Carvalho, Diretor 2019-21 do Rotary International
      Mário César Martins de Carvalho, Diretor 2019-21 do Rotary International

      1 X 0 aos 20 minutos do primeiro tempo

      Quem é refratário a números vai odiar este artigo. Mas já faço aqui uma síntese: o acompanhamento do quadro associativo nas zonas rotárias 23 e 24, que compreendem Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Equador, Bolívia e Peru, reflete o placar do título. Estamos ganhando a partida, com um gol aos 20 minutos do primeiro tempo.

      Nada nos garantirá a vitória, até porque nosso adversário tem nomes: a estação do verão e o mês de janeiro. Historicamente, dezembro e janeiro observam quedas expressivas no número de rotarianos, seja em função das férias de alguns, que nunca voltam, seja pela incidência do pagamento das quotas, que propicia uma desculpa (esfarrapada) ideal para abandonar o Rotary.

      Mas as notícias são positivas para o período 2019-20. Desde 1º de julho, o Rotary obteve um crescimento líquido mundial de 30.903 rotarianos, com 2.235 novos associados nas zonas 23 e 24. Apesar de, na América Latina, sermos 6,16% da população global do Rotary, respondemos por 7,23% do crescimento até 9 de novembro.

      Na universidade ensinaram-me que sem números não há administração. Até médicos precisam de registros numéricos: de batimentos cardíacos, pressão arterial, índices do colesterol LDL e HDL, hemoglobina glicada… (Perceberam que o autor é meio hipocondríaco?).

      O número mágico da nossa organização, monitorado quinzenalmente, é o crescimento do quadro associativo nas suas zonas. No Brasil, correspondente às zonas 23A, 24A e 24B, crescemos em 1.699 rotarianos entre 1º de julho e 9 de novembro. Na América do Sul hispânica, zona 23B, o crescimento foi de 536 companheiros.

      Todos os 45 distritos, exceto um, apresentaram resultados positivos. Os líderes até esta rodada – e não são eles Flamengo, Palmeiras ou River, pois o resultado aqui é muito mais volátil do que no futebol – são: distrito 4420 (parte do Estado de São Paulo), com 187 novos rotarianos; distrito 4630 (parte do Paraná), com 155; distrito 4760 (parte de Minas Gerais), com 149; distrito 4652 (parte de Santa Catarina), com 99; e distrito 4571 (parte dos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo), com 98. Na zona 23B, os líderes são o distrito 4320, do Chile, com 98 novos rotarianos, e o distrito 4905, da Argentina, com 73.

      Outro dado interessante é obtido com o monitoramento da participação feminina – item controlado pelas estatísticas do Rotary –, principalmente quando, neste ano, celebramos 30 anos da mulher na organização. Em contraste com a média mundial de 24% de mulheres nos clubes, o Brasil apresenta 28%. Os nossos países vizinhos também apresentam índices superiores à média mundial: 33,4%. Somente para referência, a Índia, com 151 mil rotarianos, tem 19 mil mulheres associadas, significando uma taxa de cerca de 13%. No Japão, 8,4% dos associados são do sexo feminino.

      Os distritos brasileiros com maior percentual de mulheres são os seguintes: 4720 (Estados do Acre, Amazonas, Pará, Amapá, Rondônia e Roraima), com 41,7%; 4490 (Maranhão, Piauí e Ceará), com 36,4%; 4751 (Espírito Santo e parte do Rio de Janeiro), com 35,6%, e 4730 (parte do Paraná), com 33,9%. No lado hispânico, o distrito 4455, do Equador, tem 44,6% de mulheres, o índice mais alto das duas zonas do Rotary, o 4690, da Bolívia, 39,1%, e o 4851, da Argentina, tem 36,2% do efetivo constituído pelo sexo feminino. Essas cifras configuram o número zonal de 28% para os três distritos do Brasil e 33,4% para os distritos irmãos da zona 23B.

      Ao contrário de alguns adeptos do futebol de resultado, que tristemente retranca para garantir o placar, nosso objetivo é atacar, expandir. É fazer o Rotary crescer por meio de novos clubes, novos formatos de clube e pelo ingresso de mulheres, jovens, aposentados, ex-bolsistas, rotaractianos e intercambistas. Nossa instituição é plural, inclusiva, generosa, admiradora das velhas gerações e aberta às novas. Esta é nossa visão de mundo: diversidade, integridade, companheirismo, liderança e serviço. Quem compartilhar esses valores será bem-vindo a bordo.

       

      Mário César Martins de Carvalho, Diretor 2019-21 do Rotary International
      Mário César Martins de Carvalho, Diretor 2019-21 do Rotary International

      O Instituto Rotary da Imagem Pública (parte 2)

      O Instituto Rotary do Brasil deste ano, em Brasília, começou com um formato moderno: na noite de 5 de setembro, quinta-feira, realizamos um luau à beira da piscina do Hotel Royal Tulip. Com direito à pipoca que faz a fama do presidente Mark Maloney e iluminação proporcionada por palitos de estrelinhas, acesos um a um, numa cadeia humana que materializou nosso lema em 2019-20: O Rotary Conecta o Mundo.

      Na sexta, 6 de setembro, a abertura contou com a presença do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (filho do governador 1993-94 do distrito 4470, Hélio Mandetta), que nos ofereceu magnífica explicação sobre o quadro atual da saúde no Brasil. Ele enfatizou a parceria estabelecida entre o Rotary e os programas de vacinação contra pólio, sarampo e a campanha de detecção da hepatite.

      Em seguida, falou o embaixador William Popp, dos Estados Unidos, que celebrou a história do Rotary e os vínculos entre seu país e o Brasil – os norte-americanos foram os primeiros a reconhecer a independência do Brasil, em 1822.

      O programa denso foi cortado pela emoção da apresentação do balé de Fernanda Bianchini, ganhador de prêmios na Alemanha e primeira companhia de balé de cegos em todo o mundo. Afinal, Denise havia reclamado que o programa transpirava muita razão e pouca emoção. Solicitação atendida – e olhos marejados na plateia. O chairman e o diretor ocuparam espaço para seus recados de boas-vindas ao público presente. Encerraram a apresentação da manhã os pronunciamentos de Brenda Cressey, a curadora representando a Fundação Rotária (trazendo as últimas informações do programa Polio Plus), e do presidente Mark Maloney, falando das metas da atual gestão e da importância de fazermos o Rotary crescer.

      À tarde, surpresas: as palestras de Marcelo Rosenbaum, filho de rotarianos e arquiteto premiado internacionalmente por projetos ecologicamente corretos, e do “papa” da embalagem no Brasil, Lincoln Seragini, falando sobre as vantagens de uma empresa socialmente responsável em termos patrimoniais. Temas que aparentemente nada tinham a ver com o Rotary, mas que na realidade reproduzem no mundo profissional nossas premissas e valores.

      Depois, um pouco de controvérsia. Ao mesmo tempo em que o presidente do Rotary International, o diretor e o chairman do Instituto eram cortesmente recebidos pelo presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto (juntamente com o aide Bill O’Dwyer, o curador Hipólito Ferreira, a curadora Brenda Cressey e o embaixador americano), ocorria no Instituto um debate com jornalistas da TV Bandeirantes. O diretor de jornalismo da emissora, Fernando Mitre, e o jornalista Fabio Pannunzio fizeram um diagnóstico crítico à gestão do presidente, gerando algum desconforto.

      Mas o Rotary não é partidário. Respeitamos as instituições, o presidente legitimamente eleito e a liberdade de imprensa. Somos uma instituição que preza a tolerância, a paz e o convívio entre contrários de forma civilizada. E essa programação evidenciou esses valores de forma nítida.

      No sábado, 7 de setembro, Dia da Independência, os trabalhos continuaram. Tivemos apresentações dos diretores brasileiros do Rotary International num programa de perguntas e respostas com participação surpreendente da audiência, relatórios financeiros do Rotary International, a palestra sempre futurista do ex-presidente Luis Giay e as premiações aos distritos com maior desempenho na gestão anterior. Entre os intervalos, entrevista à TV Record de Brasília. Mais imagem pública.

      No domingo, plantio de árvore com 80 rotarianos presentes e a inauguração da placa alusiva à nossa campanha pela ética, que caracteriza os valores do Rotary. E a missa na Catedral de Brasília, à qual compareceram 250 rotarianos, numa cerimônia com mais de 1.200 pessoas – na qual o Rotary foi homenageado.

      Ufa! Acabou? Ainda não. Como só Brasília tem o Senado Federal, não poderíamos perder a oportunidade de falar na casa maior da democracia representativa do povo brasileiro. Por interferência dos senadores Izalci Lucas, que cedeu o espaço para o Rotary, e da senadora Leila Barros, que presidiu a sessão, Mark Maloney foi o primeiro presidente do Rotary International a dirigir a palavra da tribuna do Senado, antecedido pelo diretor. Foi a chance que tivemos de enfatizar os valores, programas, serviços e projetos dos 53 mil rotarianos do Brasil.

      Com isso, já estávamos na segunda, 9 de setembro. Hora de voltar para casa. Hora de fazer o Rotary crescer. Obrigado, rotarianos de Brasília e do distrito 4530. Agora é preparar nosso encontro de 2020, em Salvador!